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No Espaço Poético reunimos textos contemporâneos e criativos elaborados pela Professora Dra Elizabeth Guimaraes Moreira.

Além da Literatura, o Espaço privilegia as Artes Plásticas Mundiais ilustrando e enriquecendo o conteúdo dos textos... 

WELCOME

Sejam bem Vindos ao Espaço Poético  mergulhando no Mundo da Imaginação e Fantasia Literária através de leituras leves e agradáveis...

      Espaço Poético 

 

     Elizabeth Guimarães Moreira

Em Tom Azul...

Deixo escorrer sobre a folha de papel em branco as tintas que existem em mim...
Ora são fluorescentes, clareando nitidamente as minhas ideias
Ora são escuras, confusas, atrapalhadas...
Algumas vezes surgem em tons pardos, acinzentados...
Outras vem subitamente à tona e fazem de minha alma um cenário freneticamente colorido...
Sou Azul, Vermelha, Verde, Rosa, Amarela, Laranja,Lilás,
levemente livre a pincelar meu Universo
Saboreio cada uma dessas colorações e como frutas maduras, elas escorrem sobre  o papel em estado líquido.
Elas brotam de mim e se desmancham, se diluem e se refazem...
Elas tonificam o Branco, o pano de fundo das minhas palavras e, em escalas cromáticas, pincelam a minha subjetividade...
Sou a representação plástica das palavras, em estilo impressionista talvez, mas a minha essência é realista...
Pinto as palavras como se pintam os quadros contemporâneos em cores diversas e montagens adversas...
Uno o círculo ao quadrado e, este, ao retângulo circular, 
ao triângulo amoroso, todos coloridos ao estilo de Picasso
Les Demoiselles d'Avignon talvez, em sua Arte Cubista.
Sou Pablo Neruda ou Pablo Picasso, nas representações de minhas palavras?
Sou apenas Eu, com doses surreais de Salvador Dali...
Desenterro, então, do Universo Subsconciente, todas as formas de expressão artística e faço de minhas palavras pinturas fora de ordem completamente alheias à lógica linear...
Sou Verde, Amarela e Roxa, a depender do meu estado de espírito...
Fujo de todos os padrões cultivados pela estética clássica e me revelo como um ser feroz, diabólico, doce, colorido, em preto e branco.
Mas o Tom Azul, à maneira de Van-Gogh, é a minha preferência, digno de uma representação elevada e sublime da Alma...
Ele simboliza o Etéreo, aproxima-se do Celestial e faz de minhas palavras, Expressões Iluminadas, meios de Comunicação com Deus...

 

The Starry Night (1889) Vincent Van Gogh

Mundo das cores

 
 
Hoje eu acordei com vontade de falar das cores, sem metáforas, mas com poesia...
Pensei em Chico César, alma não tem cor, e o branco e o preto deram início ao meu texto, “ "branquinho-neguinho, mulato negão".
Quantas tonalidades bonitas e diferentes saem dessas duas misturas, o branco e o preto: o cinza, por exemplo, que não gosto muito, é um preto desbotado, sem o brilho negro original de seu pai e quase nenhuma semelhança com a brancura de sua mãe.
Mas se focarmos em sua tonalidade, na cor cinza, perceberemos os rastros da brancura materna, traços suaves, mas presentes. Seria uma espécie de filho legítimo das duas cores, um filho bastardo, à moda imperial!
Mas prefiro evitar esse tema no momento, tenho péssimas lembranças desse período histórico, onde as cores escuras não tinham voz...

Eu gosto das cores que falam, que transmitem emoções, que se libertam das amarras e que ocupam posição de destaque, seja qual for a sua natureza.
O preto e o branco, por exemplo, são responsáveis por uma série de filhos e de tonalidades diferentes...
Imagine só, associar as cores às politicas estrangeiras europeias!
As cores da natureza antecedem qualquer sistema político e sobressaem-se de forma grandiosa, elevando-se aos nossos olhos em tons de preto, branco, cinza, marrom... Este, também, traz em si a sua elegância, o seu charme achocolatado, o sabor do mogno e as nuances das raízes do Brasil!
Quanta beleza tem esta cor, principalmente quando associada ao bege, filho do marfim, tão explorado em continente africano... ma belle Côte d’ Ivoire, prazer em revê-la!!!
E todas essas cores vão surgindo diante dos meus olhos, em tons originais, vívidos, diluídos, como um espetáculo divino da natureza!
Ora se misturam, agregam-se umas às outras, tonalizam espaços e preenchem o meu universo de escritora-plástica!
Como é prazeroso ver e senti-las e misturá-las, como num efeito mágico, à moda medieval. Não vamos para o medievo, agora, é voltar demais no tempo da história! Vamos nos concentrar nas cores, nas cores-amores...

O vermelho, o que acham dele? É sensual, erótico? As lingeries dos cabarés de Paris que nos digam... Mas é também símbolo da Revolução Francesa, da República, do sangue derramado, do PT, Partido dos Trabalhadores Brasileiros...
 Em suas origens, representara a maçã, por onde o mundo começou, com a história de Adão e Eva. E o que dizer da maciez do morango, da candura da vela queimando e das fogueiras em noite de São João?  Tudo é vermelho vivo, aceso, associado ao dourado da imaginação!!!
O amarelo vivo é ouro em pó, riqueza, luz eterna,cor de verão!!! Contrasta perfeitamente com os nossos corpos bronzeados expostos ao sol... O amarelo é vida em movimento, ritmo, força e cor do Brasil... é cerveja gelada na praia, suco de laranja, limão galego, o melhor de todos, maracujá maduro, manga caindo do pé, ciriguela, caju e cajá! Mas é também carambola, doçura de cor... É encantador !!! e um negro baiano trajando essa cor? 
E aí vem o branco da paz, belíssimo, desfilando a sua supremacia natural : Branco puro, branco-seda, branco-cetim, branco-algodão, branco-jasmim, branco-virgem Maria, em azul celestial... e nos tranquiliza, harmoniza nossos pensamentos... Transporta-nos ao infinto e à imensidão do mar... É símbolo de realeza – o sangue azul - e, às vezes, violeta transfigurado, quando posto em arco íris... É o Índigo blue, de nosso eterno Gilberto Gil... O azul é serenidade, é cor presente em nossas roupas, chiquérrimo em tom marinho e também royal... Em azul-piscina, (ele) perde o seu ar de nobreza, mas ganha em esportividade, aproximando-se do turquesa, meio verde , meio azul, como as águas de Saint- Barthélemy. E o verde cristalino entra em cena, quando o mar do Caribe aparece, nos deliciando com as suas cores límpidas e transparentes por onde naveguei e me banhei... É tudo azul, é tudo verde, é tudo branco, é tudo céu, é tudo mar... e, eu, mergulhada na imensidão de Deus...

O
Fazer
Poético


Aprendi que, fazer poesia, é um estado de alma, em comunhão com Deus e consigo
É deixar fluir o seu íntimo, a sua natureza subjetiva
e entregar-se às emoções...
Aprendi que, através de palavras líricas,
Faço do mundo exterior o meu auto retrato
E desabrocho em flor
revelando, em cada pétala, um sentimento verdadeiro para mim
Protejo os gametas femininos, sou mãe e sou mulher
sou célula viva
e atraio milhares de polinizadores 
no processo de fertilização poética
Retiro de minha essência e do meu interior
o meu néctar
e faço dele alimento humano em forma de poesia!
Polinizo as flores, transporto sonhos
e adoço a vida com palavras líricas
De flor em flor, multiplico o universo floral, reflexo de minha alma, embelezando os jardins e construindo a minha fantasia
Sou orquídea, sou pássaro, sou poesia...























O Beija Flor



Passo horas a te ver bailando
E te comparo a um helicóptero, às vezes:
pouso certo e objetivo no néctar das flores.
As tuas asas, finas e leves, viajam em todas as direções
E, em movimentos acelerados e contínuos, parecem desaparecer aos nossos olhos, deixando, apenas, a presença de um bico longo e firme a flutuar no ar.
Tu pairas sobre o teu alimento como ninguém, numa aterrisagem plena e equilibrada. E de teu pouso, retiras açúcar!
Tu és doce meu pequenino, o mel da vida, e a suavidade do teu canto me fascina...
Passo horas a te ouvir e a te ver bailar sobre as flores do meu jardim...

 Em Movimento...


 
O esporte e a dança são indispensáveis à minha vida: correr na praia, sentir o suor escorrer pelo corpo, oxigenar o cérebro, enrijecer a musculatura, deixar a alma evaporar-se ao longo das longas caminhadas sobre as dunas.
Do topo, inspiro vento, acionado pelas correntezas marítimas e, do meu corpo, exalo energia solar, organicamente infiltrada em minha natureza de atleta. Sinto-me forte e poderosa e, num salto olímpico, Deusa do Mar, atravessando o oceano a nado e dominando as águas do planeta. Faço delas a minha academia aquática, a minha piscina natural, o meu aquário, a minha diversão, os meus mergulhos, o meu intenso prazer: salto em todas as modalidades e, como um peixe sábio, imerso em águas oceânicas, venho à tona, a flutuar e repousar, por alguns instantes, meu corpo fatigado.
Retomo os movimentos corporais de uma atleta: 
Aciono os braços, asas de gaivota, e alço vôo em direção aos céus, desprendendo-me das águas e contemplando o Universo...
Sobrevôo horas e horas a exercitar meus músculos de peixe - pássaro e a pilotar em todas as direções...
Domino o espaço aéreo e, no controle do meu corpo, borboleta leve, a esbanjar equilíbrio...
Pouso nos néctares, a fonte da vida, e deles extraio, em overdose, glicose floral...Sou seiva elaborada e em sapatilhas de seda, bailarina perfumada!
Transporto energia em movimentos doces e contínuos e, através da dança, alimento as células do meu corpo. Adoro dançar !!!

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" O Circo "

A Obra " O Circo" de George Seurat (1859-1891) foi pintada em 1891, no ano em que ele faleceu, deixando a obra inacabada. Segundo o artista, o mais importante em sua obra, não era a poesia mas sim o método. Ele foi influenciado pelo Impressionismo, especialmente por valorizar a Luz, mas era contra a espontaneidade excessiva do movimento. A partir do momento em que Seurat restaurou a importância da forma e trabalhou a cor à Luz da ciência, iniciou o Neo-Impressionismo.
A técnica do pontilhismo, baseada em pinceladas mínimas de cores puras é uma característica própria de Seurat. A Obra "O Circo"apresenta predominância de cores claras, mas aparecem também o vermelho, o amarelo e o violeta. A luz começa clara, atrás das personagens sentadas, e escurece próximo às cortinas, tornando-se cor de violeta.
No fundo aparecem personagens paradas assistindo ao espetáculo. Essa imobilidade se contrapõe à rapidez das personagens que trabalham no circo, como a bailarina mostrando o equilíbrio, o acrobata que vibra com os saltos que dá e o palhaço observando tudo expressando sentimento de alegria.
Postado por Luiza Parra, 21 de Novembro de 2002

O Circo de Seurat:
Uma Poética Pontilhista


Depontinhoempontinhovouconstruindoumapoesiapontilhadadepazesobreaspontespiramidaisdomeuespaçopoéticoopontilhismoapareceresplandecendoempontinhospinceladosdecor...brancos, amarelos, azuis, vermelhos, harmonicamente reunidos no Pontilhismo de Seurat


 
O Cavalo salta, a exibir a sua supremacia natural e o seu vigor, em passos leves e firmes de ballet...
Voa como Pássaro, olhos direcionados aos Céus e, num salto Olímpico dos Deuses Modernos, desprende-se do picadeiro rumo ao Celestial... 
Carrega consigo a Força da Magia e em Asas Mitológicas Contemporâneas, voa, transportando sonhos e realidades Circenses...
Em seu dorso voador, a Bailarina em Púrpura e Luz resplandecente, desabrocha em Flor, de braços  abertos para o Mundo...
Harmonizam-se em diálogo...
O Branco Imaculado cavalga em direção à Paz e sobre o seu corpo e, em sapatilhas de seda, o Amarelo Ouro desliza suavemente a sua dança...
Entram em cena as acrobacias...
As mãos dos malabaristas, em forma de sol ou estrela do mar, técnicas de apoio, equilíbrio no ar...
Os Palhaços, em sorrisos largos, aplaudem e os expectadores, movidos pela Alegria, satisfação e emoção, retribuem...
EmTom Marrom e Elegante, o Adestrador exibe a sua Forma Física convencido da sua participação à realização do Espetáculo...
Acompanhado do Ilusionista, uma espécie de Mágico de Oz do Mundo Circense e mundialmente conhecido, a plateia é levada ao Mundo da Imaginação e Fantasia...
 
Hoje tem marmelada, tem sim Senhor...
Hoje tem goiabada, tem sim senhor...
E a Cidade inteira se levanta com a chegada e alegria do Circo....
Quanta Emoção...
 



 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 




 O Cenário da Vida


 

"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa. 
Nao sou alegre nem sou triste:
sou Poeta". 


Mas sou também desportista,
Professora
Mãe-Educadora-
Artista...

Brinco com as palavras, traduzo emocões, exponho sentimentos e torno a minha vida um espetáculo, um Circo talvez...
 
Sorriso no rosto, corpo firme de uma bailarina, passos certos de um equilibrista
E a Luz do Palco a me Iluminar
nas incertezas da Vida...
 
Sou a Estrela d'Alva do picadeiro, o brilho intenso das arquibancadas e na elasticidade do tempo, atravesso a corda como ninguém...
Sou trapézio para o mundo circense, e na minha natureza mundana, encontro equilíbrio e razão de viver...atravesso obstáculos, construo e desconstruo espaços, monto a coreografia, danço e canto e faço do cenário da vida, minha Poesia iluminada...
Sou Palavra em Movimento, Ação e Poesia e nas cordas bambas da vida, o Palhaço Serpentina, o Pierrot e a Colombina, a colorir o salão... 
 

 
 
 






O Instante Iluminado

Capto a beleza da vida, na fotografia do bem, e da minha câmera excluo sentimentos de dor, tristeza ou depressão, filmes jamais revelados em minha história...
Transformo as negativas em forças positivas e na velocidade da luz, jorram do meu cérebro pensamentos iluminados...
São bombardeios atômicos de emoção, flashes divinos, totalmente diferenciados, elétrons e neurônios receptores e doadores da imaginação.
Capto a essência do bem, a iluminação mor irradiada em mim, e das palavras em movimento e ação, extraio apenas o núcleo a ser fotografado...
o sorriso espontâneo, a felicidade momentânea, a sensibilidade dos corações apaixonados, os recantos marítimos ilhados e a liberdade do ser, em momentos de prazer...
Sou natureza pura ao fotografar, a selecionar sentimentos e representações poéticas... 
Almejo o bem, a clareza espiritual, a inteligência emocional, o lado promissor da vida, liberta de preconceitos sociais ou raciais...
Faço de cada cena o meu palco iluminado, e em verde- azulado, deixo a Luz resplandecer...
Sou alma em movimento, espirito fugaz, dinâmico, e ajo instintivamente, libertando-me  de molduras.
Detesto as etiquetas, padrões fotográficos definidos e, no momento da filmagem, a complexidade vital traduz-se em emoções e deixa-se representar em sua essência...
Sou arte vida e faço dela a minha razão de viver...

 
 
 
 
 
 
 
 

 

A Realidade da Imaginação   

 

 

Aqui

eu não conto a história real

com H

conto a realidade da imaginação e da poesia...

através dela construo edifícios de areia,

muros de água  para nadar até você

Torno-me um peixe, ora um cavaleiro andante,

E vou fazendo o meu caminho,

Livre de todos os obstáculos...

Aqui eu sou dona do mundo

Na velocidade que eu criei 

Na poesia que eu tracei,

E no espaço que inventei...

vejo monstros e vejo pássaros

palavras claras-obscuras

revelando-me uma imagem poética

Estou diante de um quadro sombrio

cujos tons azuis,

à maneira de Van Gogh,

clareiam e decifram o meu universo...

Estou sozinha,

a contemplar tamanha beleza,

de formas e cores deslumbrantes,

Onde a poesia e a plasticidade do mundo tornam-se apenas uma diante dos meus olhos!

Sou privilegiada,

ao ver o mundo colorido, imagético,

construído a minha maneira!

Sou poeta e sou poesia

E música também, pois faço versos musicalizados!

Componho cada palavra com ritmos diferentes,

dou coloração à alma,  e torno a minha vida um espetáculo!

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O Cérebro Humano...


Marcha soldadinho, marcha...
Cabeça, quem és tu e para onde vais?
Ela conduz o nosso pensamento... marcha para frente, para trás, para os lados, para baixo, para cima, em todas as direções...
Ela se encanta com o sorriso ingênuo da criança, o mito do Papai Noel, os presentes de aniversário, as festas, enfim, ela sonha...
Ela vai para os bares, conversa, come, bebe, dança e extravasa suas emoções...
Ela dança como ninguém...
Dorme levemente, ora acorda sobressaltada e, pouquíssimas vezes volta a dormir...
Ela está em pânico, assustada, e os nervos afloram...
De repente, tuda muda, da água para o vinho e se embriaga docemente pela vida...nudez total, todo prazer provém do corpo e sem imaginação, diz o poeta.
Ela ama à Luz de vela, sensualiza seu corpo, erotiza seu espírito e deita sobre o corpo da pessoa amada, fazendo-se sentir...
Ela é poética, carinhosa, exagerada às vezes e articula bem seus pensamentos...
Ela é sexo puro, ardente, dominador, fiel à natureza humana...
Desmancha-se em prazer e em doçura tornando-se essencialmente bela...
Ela é Cantora, a Voz da vida e sobe aos palcos todos os dias...
Ela se dilui em sensibilidade, lirismo amoroso, rock in roll, música popular, reggae...
Faz do seu canto a sua melodia interior e dos nossos corações, partituras de emoções em escalas difereniadas... ascendentes, descendentes, harmoniosos em sua essência...
Ela nos toca a alma em meio soprano e, em contralto, acentua nossas reações...
Ela nos conduz de um polo a outro, equilibrando-se em barítono...
Ela é flexível, poderosa , dinâmica, inteligente e, em sua atuação artística, contempla todos os valores humanos, do Teatro Clássico à Solidão Contemporânea...
Ela é Drama e Comédia, guerreira como os cavaleiros medievais, dócil como as Canções de Gesta, polêmica muitas vezes, e, em seus projetos grandiosos e futuristas, Arquiteta do Mundo, a serviço de uma Engenharia Milenar, o Legado Cultural da Humanidade...
Ela é essencialmente complexa em sua composição Cerebral...

                                                               
                                                         A Arte de Camille Claudel...
 
 
 
Falo de corpos nus, talhados em mármore branca, pedras cinzas,
Da anatomia humana retratada e alcançada em diferentes ângulos
Em posições ventrais, dorsais e laterais expostas ao vento...
Da riqueza de detalhes, das minúcias e da grandeza espiritual desses corpos...

Falo de membros superiores, braços e mãos direcionados a Deus, num gesto de súplica,
De braços que se entrelaçam e se abraçam
e de mãos que se tocam...mãos sozinhas, mãos vazias, mãos cálice divino, mãos
conchas abrigando e recebendo o Universo, mãos em comunicação e em conexão com Deus...
 
Mãos que falam...
 
Falo de bocas cúmplices, de lábios que se beijam num gesto de ternura e de corpos que se afagam a falar de amor...
Falo da paz que eles nos transmitem e da sensibilidade de suas vozes...

Falo dos corpos que dançam suave num passo de ballet, exprimindo a sua musicalidade interior...

Falo do Sublime Corporificado e esteticamente Belo, dos corpos que falam e se expressam, dos corpos que tem vida interior e emitem a sua voz, comunicando-se com os seu público...

Falo dos corpos que se contorcem, revelando os seus músculos e o seu vigor...
Das veias (salientes que se sobrepõem) e se sobressaem como se estivessem em plena atividade sanguínea, de corpos que pulsam dentro de si...

Corpos  que se inclinam e se edificam, que pensam como filósofo, que compreendem a sua natureza humana como médicos e fazem de sua arte,  o exercírcio da sabedoria divina...

Falo de corpos vivos, vibrantes, verdadeiramente belos e contruídos pela engenhosa mão de Camille Claudel/Gustave Rodin 

 A Criação de Adão...
 
 
 
Do meu Cérebro jorram Homens e Deuses
Anjos e Demônios
Figuras Femininas, Masculinas
Em cores e formas diferentes...
 
Jorram do meu cérebro, 
Imagens Celestiais, Pessoas Reais
Representados por Adão e Eva...

Jorra o Místico que existe em mim
E a realidade de minha fantasia
no dedo indicador da Criação...

Sou Criador e Criatura
Produtor e Reprodutor Cerebral 
E à minha imagem e semelhança, construo o meus espaço sideral de forma inteligente:

Preencho o vazio com formas humanas e nelas deposito sementes místicas de minha essência, em doses poderosas...
Torno-as reais, seres vivos biologicamente estruturados e pinto as suas almas para que possam ser criativos em seus Universos Espirituais...

Sou o Sopro da Vida, o Movimento Primeiro, o Impulso Genético da Criação...

Sou Cérebro, ao pensar o Homem enquanto Ser Iluminado, portador de Intelgência
 
Sou útero, quando, em meu ventre, envolvo os embriões que se desprendem de mim, dando à Luz à Vida...

Faço deslizar sobre o afresco da Capela Sistina, formas humanas, essencialmente Divinas em suas composições e ligadas eternamente a minha natureza e ao meu cordão umbilical...

Sou Deus e sou Humano, Criador e Criatura e do meu útero  cerebral, em forma de manto, escorrem pensamentos iluminados na representação artística da vida...

São bombardeios atômicos e anatômicos de emoção, flashes divinos, totalmente diferenciados, elétrons e neurônios receptores e doadores da Imaginação Renascentista...

Sou o Homem em Ação Divina, o Equilíbrio Humanista!!!


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A Essência Lírica

 

 

« Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e [manifestações de apreço ao Sr diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo [de um vocábulo.
Abaixo os puristas » ( Poética de Manuel Bandeira)

 

 

 

 

Quero deixar

brotar livremente do meu peito

a metáfora lírica, em forma de poesia

Quero tornar essa poesia

a minha essência biológica    

a extensão do meu interior

pulsando dentro de mim e revelando-se em sua vitalidade natural

 

Quero muito mais...

Quero a poesia

sistema sanguíneo

a circular nos papéis e nas minhas veias conectadas...

Quero do sangue vital

A minha poesia

E do sangue poético

Minha biologia

Ambas entrelaçadas, em conexão e harmonia...

Quero abrir-me para o mundo e revelar-me enquanto força poética

A força física da vida

A Química do meu ser

A (compreensão) matemática (viva) do meu Eu

Na realização de um ser letrado, íntegro e poético.

Quero ir muito mais além...

E no mistério da criação,

Fonte da filosofia divina, desvendar a essência do lirismo...

 

 

Palavras Líricas

 

Palavras líricas

são palavras grandiosas

revelações da alma

e de profundas emoções

São palavras do corpo em estado líquido

E o líquido a correr em nossas veias

Transbordam nossos corações

São palavras verdadeiras

vitais, efêmeras,

pulsando dentro de nós.

São palavras que dizem tudo

E o todo reunido em uma só voz

São palavras harmônicas

Notas musicais

Toques catedrais

A te falar de amor

São palavras distantes

de um mundo equidistante

trazidas pra você

São palavras poéticas

(Fios condutores da minha poesia)

São palavras minhas

na revelação de um Eu

São palavras que contam histórias

Dos bardos, das liras,

de Prometeu

São palavras de Deus...

Um Encontro
com Ariano Suassuna...



Hoje eu acordei 
com gostinho de relva
Toda molhadinha de chuva orvalhal
Meu corpo me pedia 
uma carninha assada
de sol e de sal
coisa natural...
cuscuzinho bem quente
me fez despertar
E o leitinho da vaca
Doce paladar...
Sonhei com engenhos
do Nordeste Brasileiro
E de Paraíba a Pernambuco
Cavalguei na madrugada...

Quanta coisa bonita eu vi...
A noite fria, imensa,
sem cheiro de lobisomen...
Em meio à escuridão, 
Uma vontade grande de desviar caminhos retos e adentrar-me cada vez mais pelo interior, no íntimo da selva e no coração das antigas plantações de cana de açúcar...
Quanto verde, quanta doçura, quanta delícia tem, o toque de suas folhinhas, longas e leves, inclinando-se em minha direção a me dizer Bonjour...
Doces Palmeiras da minha história e das Histórias de todas as Américas...
Quantos Filhos alimentaste e quanta alegria trouxeste aos teus produtores e exportadores mundo afora...

Mas prefiro te ver aqui,
sorrindo para mim,
abrindo alas para eu passar...

Preciso ir, licença, vou encontrar Suassuana,
o Ariano da Pedra do Reino,
O Príncipe da Literatura Nordestina

Que vontade de vê-lo, abraçá-lo, sentar à sua mesa, desmistificar o palco Teatral de sua Biblioteca, saborear página por página de seus Livros como se fossem meus e, finalmente, ouvir as mil e uma noites contadas por esse Artista Literário...

Que delícia de encontro, na Beira da Pedra, do Rio Capibaribe, do Poço- da- Panela, que eu jamais esquecerei...





Catálogo (224).JPG

Bruno Steimbach. " Sagarana na Pedra do Reino de Ariano Suassuna e Guimarães Rosa" ( Catálogo 494)
Pintura em óleo/tela , 80 x163 cm. Dez 2012. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Coleção Peterson Martins.

Leia a resenha completa:
https://brunosteinbachsilva.blogspot.com/p/lei-canhoto-da-Paraíba-apenas-2.html

Quem sou Eu?


Sou o maior de todos, forte e imponente...
As minhas raízes, fincadas ao chão, são profundas e espalham-se pelo solo Rio-Grandense em grande proporção, estendendo-se da cabeceira do rio ao mar...
Vou muito mais além...
Ocupo toda a parte da região, faço dela o meu Lar e o meu Leito.
Sou raíz cravada no chão, banhada por águas oceânicas e fluviais...
Tenho muitos troncos, pois o meu corpo divide-se em muitos outros, também sólidos e robustos, edificando o meu alicerce.
Sou Fortaleza pura, Carcassonne às vezes, mas estou no Nordeste do Brasil, sou apenas um fenômeno da Natureza...
Deste Corpo Grandioso e Imponente, brota uma infinidade de galhos entrelaçados uns aos outros, formando uma copa jamais experimentada por nenhuma árvore frutífera no mundo...
Sou o próprio Deus da Natureza, a imponência maior...
Sob as minhas folhas verdes e frondosas, copadas e acopladas, eu sombrifico a região onde eu nasci e sirvo de refúgio à Luz do Sol...
Eu sou Caverna verde, plantada entre o rio e o mar; sou planta nativa, sou sombra e sou Céu, quando milhões de turistas, à minha procura, são acolhidos por mim de braços abertos...
Eu envolvo o mundo com as minhas folhas espessas e este se sente envolvido e abrigado por mim...
É difícil me deixar, abandonar a minha proteção, o meu abrigo...
Sob o manto verde e extenso das minhas folhas, eu exalo oxigênio e dou Vida ao Universo...
Faço o mundo respirar...
Eu docifico e aromatizo a terra, com frutos de natureza litorânea, deliciosos e saborosos...
Em tom esverdeado, eles brotam do meu ventre verde em copa e crescem vermelhos, ora amarelos, sob a Luz resplandecente e ensolarada do Rio Grande do Norte e sob o manto azul do Céu Nordestino...
Eu sou o maior Cajueiro do Mundo, nascido em Pirangi, e quero te envolver em meus braços...



 A Colheita do Caju, 1970 / óleo sobre tela/  Flávio Tavares

 

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